5 de dezembro de 2012

Violência moral.

E ela insistia em continuar fazendo aquilo. Aquilo que a fazia se sentir suja, humilhada, pior do que o nada.

Dois corpos nus

"Vamos, o que que tem?" implorou ele. "Estou com medo" ela disse. "Lá dentro você vai se aquecer". Mas ela resistia. "Você me ama ou não?" Ele indagou. "Claro". "Então confie em mim!". E os dois entraram de mãos dadas na lagoa, nus, numa noite de lua cheia, no dia em que comemoravam cinquenta anos de casamento.

4 de dezembro de 2012

Um homem nu na janela

Despiu-se de tudo e de todos. Não queria mais ser quem era. Teria que se descobrir novamente. "Daria muito trabalho, não sei se tenho forças pra isso" pensou. "Talvez fosse mais fácil acabar com tudo, tem uma parte de mim que teria coragem"... "Não entendo por que minha mente ainda permite esse tipo de pensamento". E ficou ali, parado, assistindo os excessos da realidade que o cercava. Um novo começo?

3 de dezembro de 2012

Eu amo escrever

Eu amo escrever. Escrevo porque me coloco em cada palavra que sai de minha mente, da caneta para o papel. Escrevo porque, nas entrelinhas, ou escancaradamente mesmo, posso escrever, pensar, fazer e imaginar qualquer coisa. Escrevo porque preciso dessa lacuna entre o real e o imaginário, afinal, até hoje acredito em fadas, e seria muito menos feliz se não acreditasse. Escrevo porque escrever limpa minha alma, desperta meus sentimentos, me faz descobrir quem eu sou. Sou obrigada a encarar uma palavra e outra mesmo que eu não queira. Na verdade, acho que ainda preciso descobrir porque escrevo. Escrevo porque expresso o que já fui, mas não sou mais. Ou ainda, expresso o que não sou, mas gostaria de ser, ou não. Escrevo porque escrevendo libero meus anjos e demônios. Escrevo porque me coloco dentro e fora. Escrevo porque posso viajar entre o mundo e a leitura, entre o mundo e a leitura, e assim vai... Escrevo para gastar a tinta da caneta, para não deixar o papel em branco. Escrevo porque escrever dá sentido a minha existência, faz com que eu conheça o mundo, os mundos. Escrevo porque deixo de ser uma idiota, porque alivia meu peito, porque transformo minha expressão em arte. Escrevo porque pode ser inútil ou incômodo. Escrevo porque crio o que não existe. Escrevo porque gosto de escrever.